ESFREGAÇO SANGUÍNEO

26/09/2020

ESFREGAÇO SANGUÍNEO

Importância, Ferramentas, Técnica e Prática

A extensão sanguínea, mais conhecida por esfregaço sanguíneo nos laboratórios clínicos, é um teste realizado no setor de hematologia para contagem e caracterização de anormalidades nas células do sangue. Esse teste, basicamente, consiste na extensão de uma camada fina de sangue sobre uma lâmina de microscopia, que será corada e lavada ao microscópio para ser analisada pelo biomédico.

Quando é feito um esfregaço sanguíneo?

É feito no intuito de analisar a morfologia das células, fornecendo parâmetros sobre a estimativa do número de plaquetas e leucócitos, investigar patologias hematológicas, distúrbios sanguíneos e até mesmo parasitas intracelulares obrigatórios, como Plasmodium, causador da malária.

O esfregaço sanguíneo proporciona informações essenciais sobre o paciente, auxiliando o médico no diagnóstico de doenças sanguíneas, como por exemplo, anemias. Mas também fornece parâmetros para várias doenças que não necessariamente são do sangue, tais como infecções.

Embora a tecnologia avançada graças a engenharia biomédica vem automatizando os processos no setor da hematologia, o esfregaço sanguíneo ainda é um teste simples e indispensável. O primeiro passo para se obter resultados confiáveis é a confecção de um bom esfregaço de sangue e, para tanto, é necessário empregar as técnicas corretas, dando grande responsabilidade literalmente nas mãos do profissional biomédico.


TÉCNICA DO ESFREGAÇO SANGUÍNEO

1. A lâmina de microscopia deve estar identificada com os dados do paciente, agora, apoie a lâmina sobre uma superfície limpa. Antes, verifique se a lâmina não está suja, riscada ou gordurosa (isso pode prejudicar o teste).

2. Colocar uma pequena gota de sangue em uma das extremidades da lâmina.

3. Com auxílio de outra lamina, coloque a gota de sangue em contato com sua borda, deixando o sangue escorrer sobre sua ponta. Para isso a lâmina extensora deve fazer um movimento para trás tocando a gota com o dorso em um ângulo 45°.

4. Agora, deslize suavemente e uniformemente uma lâmina sobre a outra, em direção oposta a extremidade em que está a gota de sangue.

5. Depois de estendido, o sangue forma uma película sobre a lâmina de vidro.

6. Deixe o esfregaço secar sem nenhuma interferência, em temperatura ambiente.

7. Agora basta seguir o passo a passo da coloração.


ERROS COMUNS EM ESFREGAÇOS SANGUÍNEOS

É preciso que esfregar uma lâmina na outra rapidamente, antes que o sangue coagule e você perca tempo e amostra. Uma pressão excessiva ou qualquer movimento de parada durante esse processo pode comprometer o esfregaço.

É importante lembrar também que a espessura da película é determinada, em grande parte, pelo ângulo formado entre as lâminas no momento da extensão da gota de sangue. Ângulos maiores que 45°, por exemplo, produzem extensões espessas e curtas, dificultando posteriormente a visualização das células.


COLORAÇÃO DA LÂMINA

Para finalmente realizar a análise do esfregaço sanguíneo, é preciso corar sua lâmina para que fique apta ao levarmos para o microscópio. A coloração é uma mistura especial de corantes para tingir todas as células sanguíneas, e assim, conseguiremos identificar através da cor, e caracterizar através da estrutura e forma de acordo com cada tipo celular. Existem muitas variações como a coloração de Leishman, Giemsa, Wright ou May-Grünwald. Tratam-se de modificações da coloração a base de corantes Romanovsky. A denominação confere ao médico russo Dmitri Leonidovich Romanowsky os créditos pelo desenvolvimento do método, em 1891. A mistura de corantes inclui um corante básico e um corante ácido, consistindo basicamente em azul de metileno e eosina Y (ou similar).


LEVANDO A LÂMINA AO MICROSCÓIO

1) Cabeça da lâmina: região imediatamente após o local em que estava a gota sanguínea. Nessa região, com frequência, há aumento do número de leucócitos (principalmente de linfócitos).

2) Corpo da lâmina: região intermediária entre cabeça e cauda. É nessa região que os leucócitos, hemácias e plaquetas estão distribuídas de forma mais homogênea. É a área de escolha para a análise qualitativa e quantitativa da distensão sanguínea.

3) Cauda da lâmina: região final da distensão sanguínea. Nessa região, há encontro de alguns esferócitos e elevação de monócitos e granulócitos, que podem apresentar maior distorção morfológica.


APLICAÇÕES DO ESFREGAÇO SANGUÍNEO 

É possível realizar diagnósticos definitivos através de um simples esfregaço de sangue? Sim! Porém, ele serve mais como exame de rotina para dar boas indicações para testes mais específicos e confirmatórios.

Sabemos que diversas doenças podem ter efeito sobre o número e tipo de células sanguíneas produzidas, função e vida útil. Embora geralmente apenas as células maduras normais sejam liberadas na corrente sanguínea, algumas circunstâncias podem forçar a medula óssea a liberar células imaturas e/ou malformadas no sangue.

O teste de esfregaço pode indicar uma série de deficiências, apontando alterações e anormalidades nessas células sanguíneas. Várias doenças podem ser identificadas como os diversos tipos de anemia, trombocitose, malária, leucemia, linfomas ou insuficiência da medula óssea e outras.


REFERÊNCIAS

- ROSS, Michael H., PAWLINA, Wojciech. Ross | Histologia - Texto e Atlas - Correlações com        Biologia Celular e Molecular, 7ª edição . Guanabara Koogan, 2016.

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