INTRODUZINDO EXAMES DE URINA

14/09/2020

INTRODUZINDO EXAMES DE URINA

Introdução e Aplicação do Exame de Urina

Um dos estudos e técnicas mais fáceis de serem executados nos laboratórios clínicos são os exames de urina. É um exame essencial para detecção de diversas doenças, e também, não menos importante, serve para descartar a incidência de alguma anomalia ou disfunção.

Os exames de urina vêm sendo utilizados cada vez mais desde o século XX, além de ser indolor, a coleta é muito simples e menos agressiva quando comparado com os exames de sangue. Estes últimos somente podem ser feitos através da retirada direta do sangue venoso mediante uma agulha. Sendo assim, a maior parte das pessoas não manifesta preocupação na hora de fazê-lo.

Exames de urina proporcionam pistas fundamentais sobre doenças sistêmicas, em especial as doenças dos rins e diabetes. A maioria das pessoas pensam que exame de urina é único, quando na verdade existem três tipos de análises: o EAS (Elementos Anormais do Sedimento), Urina 24 horas e a Urocultura. Vamos abordar brevemente cada um deles.


EAS (ELEMENTOS ANORMAIS DO SEDIMENTO) ou URINA TIPO 1

É o exame de urina mais comum, para realização desse teste é necessário que o paciente colete de 40-50 ml de urina em um recipiente de plástico pequeno e estéril, geralmente é um frasco concedido pelo próprio hospital ou laboratório onde o paciente realizará o exame. Preferencialmente, pede-se que o paciente colete a primeira urina da manhã, desprezando o primeiro jato. Porque desprezar o primeiro jato antes da coleta? Essa pequena quantidade de urina excluída ajuda na eliminação de resíduos que podem estagnar na uretra.

Outra preferência para um processamento de qualidade na amostra é que a urina seja coletada no próprio laboratório/hospital, pois quanto mais fresca for a amostra, mais confiáveis serão os resultados. Intervalos de mais de duas horas entre a coleta e a avaliação pode desqualificar a amostra e análise.

Como é feito o exame pelos biomédicos?

São duas etapas, a primeira é feita mediante a reações químicas, enquanto que na segunda etapa realiza-se por meio da visualização das gotas de urina no microscópio. Na primeira etapa, é utilizado uma fita, onde o analista mergulha essa fita na urina. Cada fita possui pequenos quadrados coloridos formados por substâncias que reagem ao entrar em contato com a urina. Após um minuto, retira-se a fita da urina e compara-se a cor dos quadrados com a cor de referência prevista em uma tabela (normalmente essa tabela está na própria embalagem das fitas).

Agora procede-se com à análise ao microscópio e, finalizando essa última etapa, obtemos os resultados possibilitando detectar os valores e a presença ou não de células, sedimentos e outros componentes. Os principais parâmetros obtidos são: nitrito, células epiteliais, cilindros, leucócitos, proteínas, pH, densidade, glicose, hemácias, cetonas, cristais, urobilinogênio e bilirrubina.


URINA 24 HORA

Em especial, o exame de urina 24 horas é muito valioso para a detecção de problemas reinais. Como o nome diz, o exame é uma análise do material processada ao longo de 24 horas na expectativa de descobrir o estado da função renal. O exame de urina de 24 horas detecta alterações na funcionalidade dos rins mediante a detecção de algumas substâncias específicas na urina assim como a sua quantidade. 

O que é possível detectar em um exame de urina 24 horas?

É possível identificar citrato, ácido úrico, oxalato de cálcio, sódio, potássio, proteínas, clearance de creatinina e cálcio. Também podem detectar substâncias secundárias e importantes como a ureia, amônia, fosfato, magnésio, dentre outras.

Um ponto importante para o desenvolvimento da análise é a disciplina do paciente em tomar todos os cuidados e seguir o protocolo de coleta corretamente. tais como usar o recipiente oferecido pelo laboratório (questões de assepsia). Também é preciso descartar a primeira urina do dia urinando no vaso sanitário e anotar o horário dessa primeira micção. Após esta primeira urina do dia, é preciso colocar uma amostra de todas as micções durante 24 horas no recipiente. Inclusive, é necessário adicionar uma amostra de urina no mesmo horário da urina descartada no dia anterior. Pode haver tolerância de no máximo 10 minutos. Quando a coleta for finalizada, é necessário levar o recipiente ao laboratório o mais rápido possível.


UROCULTURA

A urocultura é solicitada quandose investiga a possibilidade de infecções, ou seja, o analista visa encontrar bactérias, fungos e outros tipos de microrganismos presentes na amostra do paciente. A principal referência é a ausência desses agentes. O normal, isto é, em condições de saudáveis, a urina deve estar asséptica, ou seja, sem presença de organismos infecciosos. Entretanto, nas ocasiões fora do normal a urina apresenta alguns tipos de microorganismos, destacando-se as bactérias. Um quadro mais grave e sério costuma ser acompanhado de valores muito mais altos desses organismos. Quando estão presentes em números muito elevados, as bactérias podem ocasionar infecções no trato urinário.

O nome da patologia depende da sua localização. Quando as bactérias atacam a bexiga chama-se cistite, quando a uretra se encontra afetada denomina-se uretrite, entre outras denominações. Para realizar este estudo, é necessário efetuar a coleta da amostra de urina do paciente. No que concerne à retirada da urina, ela pode ser espontânea, similar à coleta realizada no EAS. Também é possível realizar mediante coleta de urina direto da bexiga, método chamado de punção suprapúbica. Esta técnica é usada quando o paciente não consegue urinar. Em alguns pacientes internados em hospitais é indicada a sonda vesical.

O resultado deste exame pode ser positivo ou negativo. Quando é positivo quer dizer que há presença de bactérias e estas apresentam crescimento colonial efetivo. Portanto, resultados positivos indicam um processo infeccioso no trato urinário.


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