FILARÍOSE
Filariose
A Filariose ou Elefantíase na Parasitologia
Nos últimos anos, a filariose tem surgido como um problema crescente em saúde pública em várias partes do mundo. A debilitação física e o estigma social associados à filariose têm sido considerados como a segunda causa mundial de incapacidade para o trabalho. Nas áreas em que a doença é endêmica, a prevalência de infecção aumenta de maneira contínua. Isso ocorre, principalmente, pelo crescimento rápido e desordenado dos centros urbanos e pela criação de condições ideais para a multiplicação dos focos de mosquitos transmissores da doença, sendo o Culex quinquefasciatus predominante na maioria das regiões endêmicas. Assim, a filariose é considerada hoje uma doença reemergente.
COMO É TRANSMITIDA A FILARIOSE?
transmissão ocorre unicamente pela picada da fêmea infectada de Culex quinquefasciatus. Durante a picada, o mosquito injeta na corrente sanguínea sua saliva que contém duas propriedades anestésica e anticoagulante, então, você não sente dor durante essa picada e o efeito anticoagulante facilita a entrada do sangue no corpo do mosquito. A saliva vem contaminada também com microfilárias, que caem nos capilares sanguíneos e logo já migram para os vasos linfáticos. Como a vida média de mosquitos do gênero Culex é de aproximadamente um mês e o ciclo do parasito no inseto (de microfilária até larva) ocorre em torno de 20 dias, é curto o período de tempo no qual o vetor pode transmitir o parasito ao ser humano.
QUAIS OS SINTOMAS MANIFESTADOS POR FILARIOSE?
Os primeiros sinais aparecem no próprio lugar onde se deu a contaminação pelas fezes do inseto. Ao invadir o tecido da vítima, o trypanossoma desperta uma inflamação na região, criando algo semelhante a um furúnculo ou mancha avermelhada, mas que não coçam. Quando a contaminação é via ocular, nota-se os olhos inchados. É comum febre baixa e prolongada (dura semanas). Na fase aguda da doença observamos o aceleramento dos batimentos do coração, hepatomegalia e esplenomegalia (aumento do fígado e baço, respectivamente). Em certos casos graves há o risco de morte através do ataque intensivo desses parasitas aos órgãos e tecidos mais nobres do corpo, como o coração e o sistema nervoso central.
CICLO EVOLUTIVO
1. O mosquito durante o repasto sanguíneo injeta sua saliva contendo larvas infectantes na corrente sanguínea do homem. Essas larvas caem nos capilares sanguíneos e migram até os vasos linfáticos.
2. Nos vasos linfáticos, essas larvas passam por processos de desenvolvimento até se tornarem larvas adultas.
3. As larvas copulam intensamente, até que as fêmeas produzam os ovos. Estes ovos ficam alojados e protegidos em uma cavidade dentro da larva fêmea. Quando esses ovos estão completamente maduros liberam microfilárias.
4. As microfilárias tem a capacidade de se deslocar entre capilares mais superficiais e capilares mais internos. O culex tem hábito de picadas noturnas, pois é a noite que o metabolismo do homem está mais baixo e a taxa de batimentos cardíacos diminui. Essas condições, facilita a absorção destas microfilárias pelo mosquito Culex.
5. No mosquito, as microfilárias vão para o intestino, perfuram a parede intestino migrando para os tecidos do tórax e se desenvolvem em larvas filarióides, que posteriormente migram para as glândulas salivarias. Estando nas glândulas salivares tornam-se passivas de contaminarem outro indivíduo.
MÉTODOS DE DIAGNOSTICAR A FILARÍOSE
Os sinais e/ou sintomas apresentados pelos hospedeiros humanos infectados, normalmente não fornecem condições para um diagnóstico definitivo. Por conta disso, a confirmação diagnóstica deve ser feita através de testes laboratoriais. O biomédico deve procurar na microscopia, através do esfregaço após centrifugação em tubos de micro-hematócrito, o tripomastigota sanguíneo. Também podem fazer a sorologia, detectar níveis elevados de igM, imunoflorescência indireta e ELISA. Lembrem-se que nem sempre a forma infectante do parasita será a forma que encontramos nos diagnósticos. No caso da doença de chagas, a forma infectante é o tripomastigota metacíclico, porém, sua forma para o diagnóstico é o tripomastigota sanguíneo.
REFERÊNCIA:
- SUCAM Superintendência de Campanhas de Saúde Pública Ministério da Saúde.