HISTÓRIA DA BIOMEDICINA
História da Biomedicina
A Origem do Curso, Conquistas e Perspectivas
A origem do curso de Ciências Biomédicas, conhecida e também chamada de Biomedicina deu início em novembro de 1950, pelo Prof. Dr. José Leal Prado de Carvalho durante um simpósio científico. Na ocasião, foram discutidas as ideias básicas que deveriam orientar os cursos de graduação e pós-graduação em Ciências Biomédicas. Posteriormente, em dezembro de 1950, foi convocada uma reunião com a participação de diversos profissionais bioquímicos, médicos e biólogos, para discutir o assunto, sendo eles representantes da Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), da Universidade de São Paulo (USP), do Instituto Butantã e do Instituto Biológico.
O objetivo do curso de Biomedicina era o de formar profissionais para atuarem como docentes especializados nas disciplinas básicas das escolas de medicina e de odontologia, bem como formar pesquisadores científicos nas áreas de ciências básicas e com conhecimentos suficientes para auxiliarem pesquisas nas áreas de ciências aplicadas.
Mas ao contrário do que foi inicialmente elaborado, os organizadores pensaram também no mercado de trabalho privado, e então, preparou a grade curricular para formar profissionais capacitados tanto para o ensino e pesquisa quanto para áreas especializadas do campo laboratorial e afins.
Assim, terminada o 4° ano do curso de graduação, o aluno poderia seguir carreira não universitária, trabalhando em indústrias de fermentação, alimentação, farmacêutica, laboratórios de análises biológicas e de controle biológico, institutos biológicos e laboratórios de anatomia patológica.
Primeiramente, ao invés de ''biomedicina'' as primeiras turmas biomédicas chamavam-se de ciências biológicas - modalidade médica, na Escola Paulista de Medicina e na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) em 1966!
Novos cursos, (então com os nomes de Ciências Biológicas - Modalidade Médica ou Biologia Médica) tiveram início em 1967 na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP) e Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (UNESP). Em 1970, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Barão de Mauá, (atual Centro Universitário Barão de Mauá), em Ribeirão Preto.
OBSTÁCULOS E SUPERAÇÕES
Esses cursos, criados entre 1966 e 1970 tiveram seus alunos egressos rapidamente absorvidos nas disciplinas básicas de suas próprias faculdades, ou então em outras escolas de medicina públicas ou particulares. Porém, com exceção dessas áreas, embora formado em curso reconhecido, o egresso encontrava sérias dificuldades para inserção no mercado de trabalho, visto que a profissão de Biomédico ainda não era regulamentada em lei e os exames laboratoriais, embora sem exclusividade legal, eram realizados por médicos e farmacêuticos-bioquímicos.
Por exigência de forças contrárias, foram introduzidas modificações no texto do documento, limitando muito o espectro de atividades do profissional Biomédico. Diante da situação difícil em que se encontrava a categoria, os líderes do movimento não tiveram outra opção senão aceitar a imposição, saindo de uma discussão na esfera política para entrar na esfera judicial, junto ao Poder Judiciário (Supremo Tribunal Federal).
O resultado fez com que a categoria surgisse forte e coesa, vendo sua pretensão materializada nas leis, e decretado o regulamento da profissão e a atuação dos Conselhos Federal e Regionais de Biomedicina e que na resolução nº 86 do Senado Federal, de 24 de junho de 1986, inteirou o acordo realizado no Supremo Tribunal Federal, assegurando definitivamente o direito do profissional Biomédico de exercer as análises clínico-laboratoriais.
Adiante, novos decretos incluíram outras atividades de nível superior do profissional biomédico permitindo atuação em diversas categorias. Em 1989, foram publicadas as Resoluções nº 19, 20, 21 e 22, do Conselho Federal de Biomedicina, criando os Conselhos Regionais de Biomedicina da Primeira, Segunda, Terceira e Quarta Região, respectivamente, tendo como objetivo atender os interesses da profissão e incrementar a supervisão e a fiscalização do exercício profissional em nível regional.
PERSPECTIVAS E EVOLUÇÃO
Grandes conquistas já foram alcançadas pela classe biomédica, hoje temos 30 habilitações, tornando a biomedicina um dos cursos da área da saúde mais dinâmicos, possibilitando biomédicos atuarem em diferentes campos de maneira bem capacitada. Evoluções vem sendo agregadas nas áreas da biomedicina estética, acupuntura, imagenologia, aconselhamento genético, entre tantas outras.
Muitos concursos públicos antes restritos aos biólogos, médicos e farmacêuticos, agora, incluem os biomédicos também. Cada vez mais a demanda pela nossa profissão aumenta, e dinâmica e o conhecimento amplo na ciência biomédica é nosso maior trunfo!