LEISHMANIOSE

21/03/2020

Leishmaniose

A Leishmaniose Visceral e Cutânea na Parasitologia

A leishmaniose é a doença que representa um conjunto de enfermidades, pois pode comprometer pele, mucosas e vísceras. O que determina as regiões comprometidas é a espécie do parasita do Gênero Leishmania. Comumente estudamos a Leishmania donovani(causador da leishmaniose visceral) e Leishmania braziliensis (causador da leishmaniose tegumentar). Lembrando que, o vetor desses parasitas são os flebótomos, popularmente conhecido por mosquito palha. A doença afeta algumas das pessoas mais pobres do mundo e está associada à desnutrição, deslocamento de população, condições precárias de habitação e saneamento precário, um sistema imunológico fraco e falta de recursos financeiros. Se não for tratada, chega a ser fatal em mais de 95% dos casos. Estima-se que 200 a 400 mil novos casos de Leishmaniose ocorram anualmente no mundo.


COMO É TRANSMITIDA A LEISHMANIOSE?

Os flebótomos são os responsáveis pela transmissão, principalmente do gênero Lutzomyia nas Américas. A transmissão se dá APENAS através da picada do mosquito femêa infectado com Leishmania. Não há transmissão de pessoa a pessoa ou animal a animal. A doença também não é contagiosa. A pouco tempo atrás, a Leishmaniose havia sido deixada de lado pela medicina brasileira, pois estava sendo considerada quase que extinta. Mas nos últimos 32 anos ela não apenas retornou, como também invadiu cidades grandes. A doença se tornou potencialmente perigosa nas áreas urbanas decorrente do grande número de cachorros. Os cachorros adquirem a infecção e desenvolvem um quadro clínico semelhante aquele do homem. Dessa maneira, os cachorros podem servir de reservatório para o mosquito, que ao picar o cachorro, pode carregar esse parasita até pessoas ali próximas. Mas jamais se confundam, é impossível a transmissão da leishmaniose do cachorro para o homem, ou vice-versa, como dito antes, a contaminação se dá apenas do mosquito para o homem/animal.


QUAIS OS PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS DA LEISHMANIOSE?

Leishmaniose Cutânea: Duas a três semanas após a picada pelo flebótomo aparece uma pequena pápula (elevação da pele) avermelhada que vai aumentando de tamanho até formar uma ferida recoberta por crosta ou secreção purulenta. A doença também pode se manifestar como lesões inflamatórias nas mucosas do nariz ou da boca. 

Leishmaniose Visceral: Febre irregular e prolongada, casos de anemia, indisposição, falta de apetite, perda de peso, inchaço do abdômen devido ao aumento do fígado e do baço.


CICLO EVOLUTIVO DA LEISHMANIOSE

1. O início da infecção pela Leishmania no homem se dá durante a ingestão do sangue pelo mosquito, o parasita na sua forma de promastigota penetra a pele do hospedeiro. Podendo invadir células dendríticas, fibroblastos, neutrófilos e os macrófagos principalmente.

2. Os promastigotas aderem a membrana do macrófago que inicia o processo de internalização por fagocitose, através de pseudópodes que criam um vacúolo parasitófolo.

3. No vacúolo o parasita muda sua forma de promastigota para amastigota, e não é afetado pelas enzimas lisossomáticas.

4. Os amastigotas começam a se multiplicar no interior do vacúolo por fissões binárias sucessivas.

5. Com tamanha quantidade de amastigota, a membrana do macrófago se rompe, liberando os amastigotas no tecido.

6. Os amastigotas liberados no tecido podem permanecer ali invadindo células vizinhas (e aí nesse caso podem ser sugadas pelo mosquito palha fêmea durante o repasto sanguíneo - que posteriormente vem a infectar novas pessoas/animais). Ou então, esses amastigotas podem invadir novas células iniciando novamente todo o processo.


COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO PARA LEISHMANIOSE?

Para o diagnóstico de Leishmaniose tegumentar, o analista clínico deve realizar a microscopia da retirada da borda das lesões para determinar a presença, ou não, do parasita causador da leishmaniose, procurando sua forma amastigota. Não se esqueçam que a forma a ser encontrada no diagnóstico é o amastigota, porém, a forma infectante da leishmania é o promastigota.

Para confirmar diagnóstico de leishmaniose visceral costuma-se usar as técnicas de testes sorológicos, para verificar a presença de anticorpos no sangue e punção da medula óssea para detectar a presença do parasita e de anticorpos. O exame de reação de cadeia em polimerase (PCR) é mais sensível e preciso, porém, mais caro.


LEISHMANIOSE POSSUI CURA E TRATAMENTO?

O diagnóstico precoce é fundamental para um bom tratamento. Seguindo as recomendações, a leishmaniose pode ser curada, tanto a visceral quanto a tegumentar. No entanto, a situação se complica quando o paciente possui sistema imunológico comprometido (pessoas com HIV, por exemplo).


REFERÊNCIA:

- SUCAM Superintendência de Campanhas de Saúde Pública Ministério da Saúde;

- https://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-medicas/leishmaniose;

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