MATURAÇÃO DE LINFÓCITOS T

24/06/2020

Maturação de Linfócitos T

Diferenciação Entre Linfócitos e Funções

Embora existe certa semelhança entre a maturação dos linfócitos B e T, existem algumas etapas na maturação dos linfócitos T que diferencia dos linfócitos B, que são seleções para criar células T CD4+ (auxiliares), células T Citotóxicas (CD8+) e os linfócitos T gama/delta.


O TIMO

Toda população de linfócitos T sofre seu processo de maturação no time (células chamadas de timócitos). O timo é um órgão dividido em dois lóbulos localizado na região ântero-posterior da caixa torácica, logo acima do coração. O timo de  uma pessoa jovem é muito maior em comparação com o timo de uma pessoa idosa, isso porque o tamanho deste órgão está relacionado com sua atividade, que é maior nos órgãos mais jovens. Assim, a produção de linfócitos T em uma pessoa jovem é maior, mas conforme essa pessoa envelhece, menor será a atividade do timo, consequentemente, menor a produção dos linfócitos T.


DIRECIONAMENTO DA MATURAÇÃO

As células troncos que vão originar linfócitos T tem sua origem na medula óssea (no caso dos fetos, isso pode ocorrer no fígado), da medula, são redirecionadas para o córtex do timo, e posteriormente, para a medula do timo e finalmente para a periferia.


SELEÇÃO DOS LINFÓCITOS T

A célula progenitora linfóide possui os marcadores CD4-, CD8- e TCR- todos negativos. Essas células migram da medula óssea para o córtex do timo. No córtex do timo, as células sofrem sinalizações que induzem a produção do TCR αβ e dos marcadores positivos CD4+ e CD8+. 

Da mesma maneira, outra população de células progenitoras passam pro córtex onde adquirem o TCR γδ, com os marcadores CDs negativos. 

Quando essas células do TCR αβ com os marcadores CDs positivos passam para a medula, ocorre uma exclusão do CD4+ ou do CD8+, formando uma célula de linfócito T TCR αβ+ e CD4+ (linfócito auxiliar)  ou uma célula de linfócito T TCR αβ + e  CD8+ (linfócito citotóxicos).

Já as células progenitoras com TCR γδ e os marcadores CDs negativos, passam para a medula sem mudanças pois já encontram-se com seus marcadores negativos de CDs. Quanto essas células todas passam para a região periférica denominamos:

linfócito T auxiliares: combatem infecções agentes extracelulares;
linfócito T citotóxicos = combatem agentes infecciosos intracelulares;
linfócitos T TCR γδ  = combatem agentes não proteicos;


ETAPAS DE FORMAÇÃO DA CÉLULA T

Como visto acima, a maturação dos linfócitos T passa por 3 sítios específicos: córtex do timo, medula do timo e periferia do tecido, mas dividimos em 6 etapas: células tronco - Pró(T) - Pré(T) - positividade única - duplo positivo - célula T naive madura. Vamos acompanhar cada etapa dessa evolução:


CÉLULA TRONCO -> CÉLULA PRÓ T

Neste estágio ocorre a pré-seleção dos precursores imaturos e sua migração para o córtex do timo. Conseguimos diferenciar uma célula tronco de uma célula pró(T) através da presença do marcador CD25+!

Além disso, também chamamos essas células pró(T) de duplo negativo, pois não produzem os marcadores CD4 e nem o CD8.


CÉLULA PRÓ T -> CÉLULA PRÉ T

Neste estágio inicia-se a expressão de TdT e RAG que dará segmento a primeira etapa de recombinação das cadeias do TCR (somente a cadeia B sofre recombinação nessa etapa). Além disso, observamos a expressão das moléculas acessórias CD3, zeta e um fragmento chamado de pré-alfa que será unido a cadeia B.


CÉLULA PRÉ-T -> DUPLO POSITIVO

Agora, as células pré(T) iniciam a recombinação da cadeia α e a co-expressão de CD4 e CD8, sendo assim o precursor chamado de duplo positivo


CÉLULA DUPLO POSITIVO -> CÉLULA PRÉ-T

Nesta fase os duplos positivos interagem com células epiteliais para reconhecer antígenos diferentes via MHC de classe I e II. Dependendo do reconhecimento, a mesma passa a ser de positividade única e, quando selecionadas estas células passam a migrar diretamente para a medula do timo.

Acontece que, como essa célula duplo positivo tem tanto o CD4 quanto o CD8, existirão células que apresentarão antígenos em diferentes MHC (classe I e classe II), porém, não existem células maduras que produzem o CD8 e o CD4 juntos. Ou seja, pra essa célula se tornar madura, ela precisa ter apenas o CD8 ou apenas o CD4!

Mas o que determina qual dos CDs não será mais expresso? Essa seleção é mediante a resposta em que esta célula T vai ter dado a um MHC. Por exemplo: se uma célula duplo positivo reconhece uma célula que apresenta MHC de classe II, vai ser o CD4 que reconhecerá esse MHC de classe II, e esse reconhecimento emite um sinal pra célula deixar de produzir o CD8. 

Da mesma forma, se uma célula duplo positivo reconhece uma célula que apresenta MHC de classe I, vai ser o CD8 que reconhecerá esse MHC de classe II, esse reconhecimento emitirá um sinal pra célula deixar de produzir o CD4.

Nesse estágio, existem algumas condições que selecionam as células, uma das principais condições é a avidez da ligação entre a célula e o MHC. Quando essa ligação é alta, as células sofrem apoptose:

Outra condição que leva a exclusão daquela célula para a última etapa da maturação, é a NÃO ligação com o TCR/MHC:


POSITIVIDADE ÚNICA -> CÉLULA T NAIVE MADURA

As células de positividade única que conseguiram passar para a medula do timo, são liberadas para passar para circulação como célula T naive, pronta para iniciar uma resposta imune celular. 


REFERÊNCIA:

- Abbas, Abul K: Imunologia Celular e Molecular 6°edição;

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