Maturação dos Linfóitos

Processo de Maturação dos Linfócitos T e B 

O PROCESSO DE MATURAÇÃO DOS LINFÓCITOS B E T 

Ocorre em 6 etapas, onde uma célula tronco percorre uma sequência de diferenciação e aprimoração da futura célula linfocitária, passando de célula tronco na seguinte sequência: pró-linfócito, pré-linfócito, linfócito imaturo, linfócito maduro e linfócito efetor. 

Todo o desenvolvimento da célula tronco até o linfócito maduro ocorre em órgãos linfóides primários, na medula óssea serão desenvolvidos os linfócitos B e no timo os linfócitos T. Quanto ao linfócito efetor, este, será processado em órgãos linfóides secundários.

1° ETAPA - PROLIFERAÇÃO DE CÉLULAS TRONCAS AUTO RENOVÁVEIS

As células progenitoras linfóides (células tronco) irão se proliferar através da sinalização de uma citocina chamada de interleucina 7 ou IL-7, que induz a proliferação dessas células em vasta escala.

2° ETAPA - FORMAÇÃO DO PRÓ-LINFÓCITO

A formação do pró-linfócito vem da diferenciação por intermédio de uma proteína sinalizadora chamada Janus kinase 3 (JAK3), essa proteína atua sobre vários fatores de transcrição para induzir a diferenciação em vários tipos celulares. Essa etapa tambem é marcada pela formação de um marcador de membrana específico dos pró-linfócitos CD45.

4°ETAPA - CONVERSÃO DO PRÓ-LINFÓCITO EM PRÉ-LINFÓCITO

Agora os pró-linfócitos passarão a se proliferarem em grande escala, na mesma medida em que se diferenciam entre linfócitos B e T.  A característica dessa etapa é a produção de receptores pré-linfócitos e receptores de antígenos incompletos.

Então, no caso dos pré-linfócitos T, o receptor de antígeno incompleto é o TCR, onde terá somente a cadeia beta. E para os pré-linfócitos B, as imunoglobulinas virão somente com as cadeias pesadas.

Vemos nesse momento o primeiro ponto de checagem (checkpoint) para filtrar células que não adquiriram todas as estruturas para formação de um pré-linfócito. Logo, se algum dos pró-linfócitos não adquiriram o receptor de antígeno incompleto ou os receptores de pré-linfócitos, esta célula sofrerá apoptose. 

5°ETAPA - DE PRÉ-LINFÓCITO PARA LINFÓCITOS IMATUROS

As células de pré-linfócitos recebem um estímulo de diferenciação que promovem a formação do receptor de antígeno completo, isso caracteriza um linfócito imaturo. Dessa maneira, dizemos que aquele TCR incompleto com apenas cadeias betas no pré-linfócito T agora vão produzir as cadeias alfas. Da mesma forma, os pré-linfócitos B que só tinham imunoglobulinas de cadeias pesadas, agora passam a obter a cadeia leve também.

Passa-se o segundo checkpoint, descartando as células que não produziram o receptor de antígeno completo.

Nessa fase também se inicia o processo de recombinação somática do DNA para geração do repertório linfático. Isto é, cada célula sofrerá uma recombinação somática no TCR no caso dos linfócitos T e nas imunoglobulinas das cadeias leves, ou seja, cada clone celular recebe um antígeno diferente, seja de linfócito T ou de linfócito B.

6°ETAPA - GERAÇÃO DOS LINFÓCITOS MADUROS

Aqui temos a formação do MHC nas células de linfócito T imaturos e atravessa seu terceiro checkpoint onde todas as células que fizer uma ligação forte ou nula com o MHC serão descartadas, ficando apenas as células com ligação moderada ao MHC. Esse processo só ocorre no caso dos linfócitos T imaturos, pois devemos lembrar que os linfócitos B não podem se ligar ao MHC (os linfócitos B não passam por esse processo).

O último checkpoint do processo vem agora, onde, no caso dos linfócitos T, teremos a fixação ou não de antígenos próprios ao MHC. Se essa fixação for forte ou branda, a célula é descartada por apoptose. Se a fixação for nula, essa célula é considerada madura e está pronta para cair na circulação para desempenhar seu papel em caso de infecções. 

No caso dos linfócitos B, se houver ligação direta com o antígeno, as células também são descartadas, a célula só será viável na ausência da fixação com o antígeno.

REFERÊNCIA:

- Abbas, Abul K: Imunologia Celular e Molecular 6°edição;