UROCULTURA
UROCULTURA
Identificando Bactérias Na Urina
Em instituições de saúde, a urocultura tem por finalidade facilitar ao médico fazer ou elucidar o diagnóstico e prescrever o tratamento adequado. constitui um recurso laboratorial de largo emprego na clínica, capaz de fornecer valiosos elementos à elucidação diagnostica, sendo que sua cultura e a contagem de colônias revestem-se de enorme importância, tornando-o obrigatório sempre que haja suspeita de infecção urinaria, pois identifica a presença de bactérias. Como os rins e a bexiga são locais estéreis, ou seja, sem micróbios presentes, a identificação de uma bactéria na urina costuma ser um forte indicador de uma infecção urinária. É importante salientar, porém, que nem sempre a presença de bactérias indica uma infecção ativa. Algumas delas podem colonizar a uretra e a bexiga sem necessariamente causar doença.
UROCULTURA NO DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS URINÁRIAS
O melhor e o mais indicado exame para o diagnóstico de uma infecção urinária, seja ela uma infecção de bexiga, chamada de cistite, ou uma infecção dos rins, chamada de pielonefrite, é a urocultura.
Um erro muito comum, inclusive para alguns médicos, é fechar o diagnóstico de infecção urinária baseado apenas nos resultados do EAS (exame comum de urina). Muitas vezes o paciente é desnecessariamente submetido a tratamentos com antibióticos apenas por ter leucócitos na urina ou apresentar discreta hematúria.
A urocultura é o exame de urina que identifica a bactéria causadora da infecção urinária. De modo mais simples, podemos dizer que o EAS nos mostra as consequências de uma possível infecção urinária, enquanto a urocultura é capaz apenas de identificar o germe que está causando a infecção.
PREPAROS ANTES DE REALIZAR A TÉCNICA
A urocultura é feita através da colocação da urina em um meio propício à reprodução de bactérias, chamado meio de cultura. Caso a urina contenha germes, em 48 horas será possível identificar a formação de colônias de bactérias, podendo, deste modo, identificarmos qual tipo de bactéria está presente e quais antibióticos são eficazes em combatê-las (antibiograma).
O primeiro ponto é fazer com que o paciente entenda que a coleta da urina deve ser estéril. É imprescindível impedir a contaminação da amostra de urina por bactérias que vivam no ambiente e em nossa pele. E além da higienização, para garantir melhor esterilidade, deve ser realizada em frasco estéril com tampa de rosca e boca larga.
Amostras deverão ser processadas até duas horas depois da coleta ou armazenadas em refrigeração, não excedendo o prazo de 24 horas.
Quais as consequências não refrigeração da amostra? Aumento do pH pela degradação da uréia em amônia por bactérias produtoras de urease e diminuição da glicose pela glicólise e pela utilização desta por bactérias. Também há um aumento do número de bactérias por conta desses fatores, invalidando o resultado, dando falsos positivos.
PROCEDIMENTOS PARA FAZER UROCULTURA
- Primeira faz-se a técnica de semeadura quantitativa em placas, para tanto, o biomédico deve homogeneizar a urina sem centrifugar, imergir a alça calibrada de 0,01mL na urina de forma vertical e semear na placa em ágar Cled e MacConkey.
- Incubar a placa em estufa de 35°C de 18 a 24 horas.
- Se o resultado da cultura for negativo após as 24 horas e na sedimentoscopia foi observado a presença de bactérias ou número elevado de leucócitos, incubar por mais 24 horas.
- Realizar a leitura de gram.
RESULTADOS NA UROCULTURA
Consideram que o diagnóstico será de infecção urinaria quando houver presença real de 100.000 ou mais bactérias por milímetro (ml) de urina, provenientes do aparelho urinario.
Diz-se "real", quando é afastada a probabibilidade de falsa bacteriúria, oriunda da contaminação da urina por germes provenientes da vagina, das fezes, da região periuretral ou até dos frascos de colheita mal esterilizados.
Ainda em relação à contagem de 100.000 bactérias/ml de urina, nos casos de pacientes do sexo feminino, mesmo na urina obtida pelo método de jato-médio, a faixa de falso-positivos se localiza em torno de 15%. Menos de 10.000 colônias por ml de urina indica contaminação acidental da amostra, entre 10.000 e 100.000 não se pode tirar conclusões categóricas e mais de 100.000 indica infecção inequívoca. Embora os limites de 10.000 bactérias por ml pareçam excessivamente amplos, apenas 1% das amostras caem neles. Tais amostras devem ser consideradas como suspeitas, tornando-se necessárias nova investigações.
O grande problema da urocultura está quando há crescimento de colônias de bactérias, mas estas estão em quantidade menor que as 100.000 UFC. Estes valores podem ser resultados de contaminação da amostra. Atualmente só se valorizam uroculturas entre 10.000 e 100.000 UFC quando também há piúria no EAS (leucócitos na urina) e sintomas clínicos sugestivos de infecção urinária.
Atenção biomédicos e laboratoristas: há, entretanto, algumas observações a serem feitas:
Se o paciente estiver tomando antibióticos, estes podem inibir o crescimento das bactérias, e mesmo um resultado com menos de 100.000 UFC deve ser sempre valorizado.
Em homens, o risco de contaminação é menor, portanto, valores maiores que 10.000 UFC já devem ser valorizados.
Quando crescem bactérias da família Pseudomonas, Klebsiella, Enterobacter, Serratia ou Moraxella, o resultado deve ser levado em conta mesmo com contagens menores que 100.000 UFC
REFERÊNCIA:
- Positive urine cultures. Can J Infect Dis Med Microbiol.
- What's a Urine Culture? - WebMD.
- Adaptado de MedicPlus Urocultura;